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terça-feira, 20 de julho de 2010

10 jeitinhos de lidar com o ciúme entre os irmãos

Não demonstre preferências, jamais faça comparações e incentive a admiração mútua

Monica Brandão e Tamara Foresti

Hulton Archive
1. Jamais faça comparações entre eles. Os filhos são sempre muito diferentes um do outro. Que bom! Jamais faça comparações entre eles. Os filhos são sempre muito diferentes um do outro. Que bom!
2. Incentive a admiração mútua, elogiando os pontos fortes de cada um.
3. O jeito que você gosta de cada filho tem a ver com afinidade, e isso é completamente normal. Mas não demonstre preferência.
4. Não se descuide do filho mais quieto, aquele que não pede afeto. Ele também precisa de você.
5. Às vezes, passe um tempo com cada filho separadamente, para dar atenção exclusiva.
6. Identifique as situações de ciúme e procure intervir antes que vire uma nova briga.
7. Reforce, sempre, que a amizade entre os irmãos é única. Conte sobre seus irmãos, se for o caso, e mostre exemplos em outras famílias.
8. Se o ciúme os deixar agressivos, tente canalizar essa raiva para atividades artísticas. Use argila, tinta, massinha, recortes...
9. Crie situações para que eles trabalhem em equipe, como em jogos e brincadeiras.
10. Não se desespere com as brigas. Elas são normais e fazem parte do desenvolvimento.

Paixão e Sensibilidade

Ética e moral são assuntos de criança? O psicólogo Yves de La Taille fala sobre o que os adultos podem fazer para ajudá-las

Cristiane Rogerio


Político é tudo ladrão! Com tanta violência, quem tem vontade de sair de casa e encontrar as pessoas? Hoje em dia, não dá mais para confiar em ninguém! Este mundo está perdido! Difícil encontrar alguém que não faça esse tipo de reflexão vez ou outra. Está nos noticiários, está nas esquinas: parece que vivemos em uma sociedade sem regras, na qual o que vale é cada um por si e ninguém por todos. E quando, ao seu lado, existem pequenos seres que só estão começando sua relação com o planeta e seus habitantes? Para o psicólogo francês Yves de La Taille, estudioso do desenvolvimento da moral e professor da Universidade de São Paulo, a sensação de caos é legítima. Vivemos uma crise de ética e moral e estamos questionando nossos princípios. Falta-nos um sentido para a vida. "Para entender o processo que leva uma pessoa a respeitar determinados princípios e regras morais, é preciso conhecer seu projeto de vida", afirma. Morando no Brasil desde criança, casado com uma brasileira e pai de dois filhos, de 8 e 11 anos, Yves publicou recentemente um livro em parceria com o filósofo Mário Sérgio Cortella, professor da PUC-SP, chamado Nos Labirintos da Moral (Editora Papirus). Nele, os dois pensadores discutem como essas questões filosóficas abalam a sociedade de hoje e qual é o papel de pais e de professores. Nesta entrevista, Yves fala sobre isso tudo e faz um alerta: os pais estão se perdendo com essa preocupação exagerada de preparar os filhos para o mercado de trabalho. Ele pergunta: "O que é um ser competitivo? Uma pessoa com saberes, claro. Mas, sobretudo, uma pessoa apaixonada pelo que faz". E propõe: "Se a gente não sabe como vai ser o mundo, vamos pelo menos pensar sobre ele". Que tal começar por aqui? 

Está mais difícil ensinar ética e moral para as crianças? 
Sim. E por várias razões. Uma delas é a complexidade das relações sociais no mundo globalizado. É diferente de antigamente, quando as pessoas moravam na mesma cidade e trabalhavam na mesma empresa a vida inteira. Hoje você encontra vários tipos de pessoas e, inevitavelmente, vários tipos de valores, de regras morais e de princípios. Por um lado, pais e professores nunca estiveram tão informados sobre o que é uma criança. Por outro, estão perdidos no que diz respeito a valores, regras e comportamento. Não se trata, então, de um problema técnico, de não saber como fazer, e sim de não saber aonde ir. Mas não é só isso. Acho que a sociedade ocidental – não falo das outras – está em dúvida sobre os próprios valores. Na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e no Canadá, em todas as classes sociais, mas principalmente na classe média, que usufrui mais diretamente do capitalismo e do mercado, existe uma dúvida a respeito do certo e do errado. As décadas de 60 e 70 jogaram fora uma série de valores, que a meu ver tinham mesmo de ter sido jogados, porém não houve o mesmo trabalho de colocar outros no lugar. 

Você diz que ética é "o que eu quero ser na vida". Na educação com as crianças, seria, então, "o que eu vou passar a elas"? O mundo de hoje se aproxima muito da ideologia da lei do mais forte. Há a idéia de que quem não se preparar estará perdido – o cada um por si. Você não tem ajuda do Estado, um traço da cultura atual ocidental. As pessoas não têm muito mais tempo para pensar em nada, além da sobrevida, no que vão fazer ou deixar de fazer. E, na ideologia do cada um por si e ninguém por todos, a moral e a ética ficam onde? 

Isso influencia as relações sociais? A moral ou a ética surgem a partir da minha relação com o outro. E que outro é esse? Ele pode participar da minha vida ou não ter lugar algum nela. Realizei uma pesquisa com adolescentes e pedi que eles escrevessem sobre o que desejariam ser no futuro, focalizando a questão do projeto de vida. O resultado foi que em um terço dos textos havia referência ao outro, mas em dois terços, não. Ou seja, mostrou que muitos jovens se entendem socialmente isolados, onde o outro não comparece, ou, se comparece, é de forma instrumental. Por exemplo: "Quero uma mulher bonita e rica", sempre com o tom de estar usufruindo do outro como se fosse um carro. Se o outro não está presente na sua vida, se o outro não é visto porque não é importante, temos um problema moral e ético. A grosso modo, o que aconteceu foi o seguinte: o sistema capitalista começou mais forte no século 18. Do século 19 até parte do 20, o que garantiu a moral foi a religião. Os negócios vão e a religião segura. Hoje a religião tem muito menos força do que antes. Um dos movimentos políticos que de fato falavam de liberdade, igualdade e justiça era o de esquerda. E cá entre nós, não sobrou nada dessa esquerda. O capitalismo não é moral nem imoral. Na lógica do capitalismo, o outro é ou o freguês ou o operário, o outro não é um parceiro. 
Não há como fazer diferente? É difícil dizer isso... Foi feita uma pesquisa (financiada pelo Instituto da Editora SM e em parceria com a professora Elizabeth Harkot de La Taille) com jovens de ensino médio em São Paulo sobre o que era mais importante na sociedade com as alternativas religião, política, artes, ciência e moral. Das cinco ganhou, de longe, moral e a religião ficou por último. Valores antigos não voltam, foram feitos para determinados momentos... Agora se você me pergunta "a sociedade vai bem desse jeito?". Não, não vai bem. A rigor cada um se vê sozinho, as relações são vistas como violentas, desconfiadas. Você não confia no outro e sabe que o Estado é fraco. Não é uma boa situação e tenho pena, de certa forma, da juventude de hoje, porque tem acesso (sobretudo na classe média) estupendo à cultura, pela Internet, etc., mas vive o problema do tédio. E é por isso que se "droga" com tantas atividades. A sociedade não está bem. 
Pense em uma família. Quando estão em casa, um vai para o computador, outro para o telefone e outro para a televisão. Se não há convivência, como passar o certo e o errado, como ensinar moral e ética? 
A vida hoje é organizada de tal forma que o meu comportamento não depende do outro. Nesse caso, uma moral e uma ética são até inúteis. O que fazer então? Coordenar ações. Não é preciso que todo mundo faça todas as atividades juntos. Mas vale dizer: "Bem, então você pode ir para o computador, mas até as 7, o.k.?" E, às sete, você propõe "vamos jantar?", "vamos ouvir música?". A moral serve justamente para regular esse tipo de relação social. O trabalho dos pais é tratar do tema com seus filhos. Isso não significa ficar no ouvido deles: "Olha, o mundo não presta, se prepare, é difícil, cuidado..." 

É muito peso para eles? 
Peso demais. Deixam ver qualquer coisa na televisão! Dou um exemplo pessoal. Meus filhos tinham 5 e 7 anos na época do atentado de 11 de Setembro. Eram cenas passando o dia todo e a minha postura foi de não deixar ver as imagens. Mudei mesmo de canal. Qual a razão? Aliená-los da realidade? Não. Fiz isso simplesmente porque para eles não faria sentido. Sobretudo com cenas chocantes, que eles não conseguiriam elaborar, entender, e que poderiam causar o que causou a um monte de gente: medo de elevador, de avião, etc. 

Mas não é preciso haver uma medida? Falar sobre a violência do mundo de hoje aprisiona a criança? 
Não dá vontade de crescer. 

Tem relação com o fato de os adultos também não quererem envelhecer? 
Sim! Estamos na sociedade do divertimento. E cada vez mais me dá a impressão de que o lazer é ocupado por coisas que são puro divertimento, que não vão além. Anos atrás havia discos conceituais, para você pensar, como Construção, do Chico Buarque. Hoje a sociedade apenas passa o tempo. 

Sem refletir? 
Sem refletir porque falta material para isso. E quem mais tem força para influenciar é a escola. Nas matérias, por exemplo, de História e Literatura, há muita oportunidade para discutir. Se a gente não sabe como vai ser o mundo, vamos pelo menos pensar sobre ele. Dependendo da formação dos pais, a família tem mais ou menos material, mais ou menos livros e discos, por exemplo, mas a escola deveria ter sempre – e é aí que ela falha. Um conselho que eu poderia dar aos pais é: escolham escolas que valorizem a cultura, o fazer pensar. Que não sejam apenas preparadoras para o mercado de trabalho. 

Por quê? 
Porque você pode até formar um profissional competente, mas triste. Do ponto de vista social, o que é pior: um matemático competente sem moral ou um matemático menos competente, mas honesto e honrado? Quem você prefere encontrar? Um bom matemático cruel ou um matemático razoável e generoso? Fazer pensar é um grande diferencial nessa sociedade. Existe uma preocupação legítima dos pais, desde sempre: que os filhos se dêem bem na vida. Ótimo. Todas as gerações foram assim. Só que está mais difícil brigar por essa vida boa por causa do desemprego. Na minha época, meu pai me dizia: "Olha, você provavelmente terá uma vida melhor que a minha e para isso você precisa estudar. Estude, terá uma vida mais tranqüila, melhor que a do teu pai, que teve a guerra, etc.". Hoje a preocupação é a mesma, só que a dificuldade é outra. O problema era ser pobre ou ser rico, mas não estar excluído. E hoje os meninos pensam "será que eu vou ter um emprego?". Tudo isso para chegar aqui: vocês querem filhos que se dêem bem e sabem que eles têm de ser mais competitivos. O que é, então, um ser competitivo? Uma pessoa, claro, com saberes. Mas, sobretudo, uma pessoa apaixonada pelo que faz. Não adianta encher o filho de atividades, se elas são um fardo, encaradas como algo que não faz sentido. A paixão por alguma coisa tem de ser desenvolvida. E o discurso "cuidado, você pode se dar mal" paralisa a paixão de imediato. A criança cresce pensando "bom, eu não tenho tempo para procurar algo para me apaixonar, portanto, tenho de me apaixonar por uma mulher rica, um homem rico!". E isso não é paixão, é o uso instrumental de algo. Eu diria "não mate, e sim alimente a paixão de seus filhos". O papel dos pais é dar a base. Colocar para aprender a nadar e falar inglês. O resto é com eles. Abrir o leque, mas sem achar que a paixão será imediata. 

 
  E está faltando paixão também na sala de aula? Os professores que gostam não apenas de dar aula, mas da matéria que ensinam, em geral têm melhores resultados, suas classes mais pacíficas do que a de seus colegas e recebem mais respeito por parte dos alunos. Isso porque eles têm admiração mesmo dos alunos que não gostam daquela matéria. Os olhos deles brilham. Aí a criança ou o jovem passa a respeitar, se interessar e até quem sabe se inspirar nele. 

É preciso ter paciência para educar? 
Sim. Sem atalhos e subir degrau por degrau. Quem sobe muito rápido cai na mesma velocidade. Quem tem talento não desce. É preciso ter calma. É a família que vai dizer: "Você pode sentir raiva, mas não pode bater". Sintam raiva à vontade, mas não batam. Tem de explicitar. E tem de repetir, ver se ela entendeu, mostrar várias vezes. 

Então é calma e paixão? 
Dá até nome de filme! É preciso ter calma para enxergar a paixão. Há pais que dizem "minha filha tem 12 anos e não gosta ainda de nada". Não se preocupem, porque só Mozart sabia o que queria com essa idade! Tenham muita calma que a paixão vem depois. 


Cabelo na boca: por que há crianças com essa mania?

Além dos cuidados com a higiene, uma vez que os fios são sujos, esse hábito pode ser um sinal de insegurança e ansiedade. Entenda

Redação Crescer

Shutterstock
Colocar sempre o cabelo na boca pode ser uma maneira de seu filho demonstrar que está inseguro, ansioso ou querendo chamar a atenção para algum problema. O hábito é persistente e deve ser mudado também por uma questão de higiene, pois os fios são sujos e, quando colocados na boca, viram porta de entrada para microrganismos. Para a criança, controlar o impulso é muito difícil, principalmente porque ele dá uma sensação momentânea de conforto.
É inútil tentar forçá-la a largar o hábito da noite para o dia. “Em vez de lidar apenas com a consequência, converse com seu filho para descobrir a causa do problema. É a melhor forma de resolver a questão”, afirma Ana Massa, psicóloga da Universidade Federal de São Paulo (SP). O mesmo vale para outras manias, como roer unhas ou mascar lápis.

Roer as unhas: 5 maneiras de ajudar o seu filho a parar com o vício

Você olha para a mão do seu filho e não acredita naquelas unhas comidas? Aproveite nossas sugestões para ajudá-lo a largar o vício -- e sem estresse!

Angela Senra

Beto Tchernobilsky
1 – Converse com o seu filho para tentar descobrir a razão do vício. Pode ser que ele esteja inseguro, ansioso ou até mesmo carente. 

2 – Quando estiverem juntos, procure massagear suas mãozinhas com carinho. Use o toque o máximo possível 

3 – Brinque de manicure com a criança. Se for menina, passe esmalte, mostre como as unhas podem ficar bonitas.

4 – Não dramatize a situação nem a menospreze. Observe se é passageira ou se parece mais séria. Nesse caso, procure ajuda profissional 

5 – Não chame a atenção do seu filho quando estiver com a mão na boca. Convide-o para fazer outra atividade, como ler ou passear.

10 perguntas sobre palmada

Violência não é a melhor saída para impor limites. Veja como educar as crianças sem perder a razão

Bruna Menegueço e Cíntia Marcucci

 Shutterstock
Se você acha que um tapa no seu filho vai fazer com que ele aprenda sobre limites e respeito, mude de atitude já! A seguir, veja respostas para as dúvidas mais comuns sobre o assunto e, ainda, opções que vão além da palmada para impor limites mesmo nos momentos mais difíceis. 


1 - O tapinha carinhoso deve ser considerado agressão? O contato físico entre filhos e pais é fundamental. Nesse caso, você deve ter bom senso e analisar a situação. O tapa representa uma violência, a criança sente dor. Se esse for o caso, o tapa deve ser considerado uma agressão. Do contrário, se o contato faz parte de uma brincadeira, é leve e não incomoda, tudo bem. Mas o tapa pode ser um gesto mandatório e nem sempre os adultos percebem a força exercida. Na dúvida, não faça. 


2 - O que a criança sente quando está apanhando? 
Depende da idade. De um modo geral, a criança se sente agredida e não consegue relacionar o motivo da violência ao que fez para provocar aquilo. Ele sente medo e isso pode gerar traumas, afinal, ela está apanhando por um motivo não compreendido. 


3 - Como a palmada se forma na memória do adulto? 
Ninguém tem lembranças boas de um tapa. Mas como ele vai ser registrado na memória definitiva, varia de acordo com o vínculo afetivo estabelecido com os pais. 


4 – Nesse caso, a palmada pode se transformar em algo aceitável, ou seja, um valor da família?Sim. Antigamente, a palmada era usada como instrumento de educação de forma habitual. Dessa forma, o adulto pode entender que só é possível educar dessa forma, transmitindo os valores de violência e agressão para futuras gerações. 


5 - Na minha casa, fui criado à base de palmada e hoje não tenho traumas. Por que, então, ela pode ser prejudicial ao meu filho? 
Se você pensar dessa forma, deve voltar a assistir TV em preto e branco, andar com carros antigos, usar as roupas fora de moda. O mundo evoluiu em todos os sentidos, principalmente na forma de educar, que é a base da sociedade. Além disso, é impossível prever como um tapa será recebido por uma pessoa. Há quem seja mais tolerante e outros que sofram mais. Quem vai querer pagar para ver se isso causará problemas no filho, se existem outras maneiras de educar? 


6 - Por que bater não educa? Quando o adulto bate no filho, ele está reconhecendo que ficou impotente diante da atitude da criança. Mostra claramente que perdeu o controle de si mesmo e a agressão passa a ser a única maneira de manter a autoridade. A força física de um adulto é maior e se amplia nos momentos de raiva. Testar os limites dos pais é um comportamento típico que faz parte do aprendizado da convivência em família. Embora não seja fácil, os adultos devem lidar com as manhas com carinho e desenvolver a capacidade de dialogar e explicar as coisas para a criança sem violência. Afinal, ela é capaz de entender mais do que se imagina. Além disso, depois de bater muitos pais se arrependem. Essa atitude contraditória não é positiva para a criança. 


7 - Quais são as consequências da palmada para vida da criança? Em primeiro lugar, a criança primeiro não entende por que está apanhando. Pode sentir raiva do adulto e aprender que a força é um meio aceitável de conseguir o que quer. Além disso, para descontar o tapa que levou dos pais, vai bater nos amiguinhos. O adulto não tem moral para dizer que isso é errado, as referências da criança ficam, portanto, confusas. Para piorar, após a agressão, ela vai remoer coisas antigas, trazer à tona mágoas de quem o agrediu e até mesmo querer se afastar do agressor. 


8 – Ela pode, ainda, ter outros problemas no futuro? Sim. A criança que apanha também pode ter dificuldades para respeitar autoridades e receber ordens, já que era controlada pela força física. Ela obedecia para não apanhar ou somente depois de levar uns tapas. Assim, na ausência do castigo físico, perde as referências de até onde pode ir. 


9 - Como agir em situações em que as crianças tiram os pais do sério ou ultrapassam limites, como birras e escândalos em lugares públicos? A questão é colocar os limites claramente para as crianças antes, conhecer bem os seus filhos. Tapas não são capazes de corrigir as falhas na educação. O diálogo, a explicação de que aquilo não é certo, com carinho, é mais eficiente. Pois, dessa forma, a criança compreende melhor. O tapa só vai estancar uma ação que provavelmente irá se repetir. 


10 – Em vez de bater, tem problema gritar com a criança? Sim. Substituir os tapas por gritos também não adianta. É um tipo de agressão verbal, por isso, tem praticamente o mesmo efeito da violência física. 


Fonte: Kátia Teixeira, psicóloga da clínica EDAC (SP), Cacilda Paranhos, especialista contra a violência infantil do Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

Tem lugar na escola

A criança com síndrome de Down pode ser alfabetizada em escola regular. Só precisa de estímulo desde cedo e do apoio dos pais e professores.

Redação Crescer


Paladino
Para poder trabalhar, a administradora Neide Maturana, de São Paulo, precisou logo procurar escola para o casal de filhos. No caso do menino, Victor, que tem a síndrome de Down, a busca foi mais complicada. Na primeira escola, Neide se apresentou apenas na companhia da filha, que não tem a deficiência, e perguntou se aceitavam crianças excepcionais. Imaginando que a cliente esperava uma resposta negativa, a atendente explicou: "Fique tranqüila! Aqui não aceitamos crianças excepcionais". Só na terceira escola procurada, o Externato Gente Miúda, Neide ouviu o que queria: "No momento, não temos nenhuma. Mas aceitamos, sim". 

Bons estímulos Victor entrou na escola aos 2 anos de idade. Os benefícios começaram logo. "A criança Down tem o corpo mais molinho e meu filho era muito inseguro para andar. A convivência com outras crianças representou um estímulo imediato. Ele as via correr e queria acompanhá-las. Em 15 dias, já estava andando", conta Neide. Cada obstáculo enfrentado pelo menino na aprendizagem significou um desafio para a escola, que tinha de se adaptar às necessidades de seu aluno especial. Quando estava concluindo o Jardim I, por exemplo, Victor foi avaliado e a escola decidiu que ele não deveria passar para o Jardim II. No ano seguinte, o menino percebeu que não estava com os mesmos coleguinhas e se ressentiu. "Victor perdeu o estímulo para aprender. Conversamos com a direção da escola e vimos que a melhor solução era colocar o Victor novamente com a antiga turma. Aí ele voltou a se entusiasmar", conta Neide. 

Alfabetização Na pré-escola, a dificuldade do garoto era acompanhar as atividades do livro didático. A professora decidiu continuar usando o livro da série anterior para trabalhar com ele. "Victor notou que seu livro era diferente dos demais, não gostou e tornou a ficar desestimulado", lembra Neide. A saída da escola foi adaptar o material didático para Victor. O conteúdo era o mesmo, mas com ele a professora abordava os assuntos de outra maneira, reforçando o que ele era capaz de acompanhar. Hoje Victor tem 8 anos e está na 1a série. Ainda não sabe ler nem escrever como seus colegas de turma, mas está a caminho: já reconhece seu nome, as vogais e os números, o que os pais e professores consideram uma grande conquista. 
Há mais de uma década, acreditava-se que era impossível alfabetizar portadores da síndrome. "Hoje se sabe que grande parte dessas crianças pode ser alfabetizada, sim", explica a educadora Rita de Cássia Cardoso Carvalho, coordenadora da área educacional da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP). 

Incluir é o desafio 
O percurso de Victor teria sido outro sem o incentivo da mãe em casa, orientando-o em suas tarefas e mantendo a escola informada sobre cada dificuldade e cada avanço. A dedicação da professora e o apoio dos colegas também têm sido fundamentais. "Não podemos esperar para ver o que a criança especial pode oferecer. Temos de estimulá-la e mostrar que ela pode mais. E ela própria dá as dicas para isso. A criança Down tem consciência de suas limitações e é questionadora. Por isso pode progredir", diz Maria Emília Morais Curopos, professora de Victor. 
A postura da professora e dos pais de Victor são resultado de um projeto que a Apae-SP desenvolve há três anos, buscando a inclusão da criança Down na escola regular. A instituição capacita educadores, orienta pais e acompanha as crianças com a síndrome em 80 escolas regulares da Grande São Paulo. O Externato Gente Miúda é uma delas, uma pequena amostra de que é possível vencer o grande desafio da inclusão. A dificuldade ou o avanço da criança dão as dicas de como fazê-la progredir. 

Estimulação precoce prepara para o ensino Desde o nascimento, a criança com síndrome de Down precisa de estímulos especiais voltados para seu desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem, e para sua sociabilização. É a estimulação precoce que pode facilitar sua inclusão na escola regular. Independência O Setor de Estimulação Precoce da Apae-SP trabalha com crianças de zero a 5 anos. "Quanto mais cedo começarem os estímulos, maiores serão os ganhos", afirma a coordenadora do serviço, Marylande Franco. Os pais participam do atendimento para dar continuidade à estimulação da criança em casa. "Eles precisam incentivar o filho a ser independente, e esse processo tem início com a própria aceitação da criança por seus pais, logo após o nascimento", diz Marylande, apontando as áreas que participam do trabalho de estimulação. 

Postura: A criança Down tem flacidez muscular e precisa ser estimulada com fisioterapia. São aplicados exercícios para a postura, como firmar a cabeça, rolar, engatinhar e andar.
Linguagem: Na área de fonoaudiologia, trabalha-se o desenvolvimento da linguagem em várias etapas, estimulando a musculatura da boca e da face. Orienta-se a alimentação da criança, o uso de chupeta e de bico ortodôntico, entre outros. 
Habilidades: Com terapia ocupacional, a criança Down treina a musculatura dos membros superiores. O objetivo é ajudá-la a conquistar independência nos cuidados pessoais, como alimentação e higiene. 
Sociabilização Com o auxílio de brinquedos e jogos pedagógicos, são trabalhadas a inteligência e as sensações da criança. As brincadeiras ajudam a transmitir o aprendizado. 

Apoio e orientação: 
- Apae-SP São Paulo, SP, (11) 5080-7000. 
- Federação Nacional das Apaes Brasília, DF (reúne cerca de 1.800 Apaes de todo o país), (61) 224-9922. 
- Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Brasília, DF (reúne 60 entidades), (61) 347-5575. 
- Associação Síndrome de Down Natal, RN, (84) 201-8141 
- Família Down Belo Horizonte, MG, (31) 3222-7688 e 3222-7695. 
- Família Alagoana Down Maceió, AL, (82) 326-3522. 
- Associação Reviver Down Curitiba, PR, (41) 223-5364. 
- Fundação Síndrome de Down Campinas, SP, (19) 3289-2818. 
- Ser Down Salvador, BA,(71) 345-2996 e 347-2424. 

Ele vai ler

Cada criança tem seu ritmo de aprendizado, tenha calma!

Redação Crescer

Ziraldo
Último ano da educação infantil ou primeiro ano do ensino fundamental. A grande expectativa é saber se em dezembro de 2006 seu filho vai conseguir escrever sozinho a cartinha para o Papai Noel. Será que ele consegue aprender? Ainda não é muito pequenininho? E se ele não acompanhar a classe? Calma. Seu filho vai, sim, aprender a ler e a escrever. Mas é importante que você tenha em mente que isso não ocorre para todos ao mesmo tempo. Alguns já saem da pré-escola alfabetizados, outros só terão domínio da leitura no fim da primeira série. Essa diferença de ritmo é normal e esperada. Mas nem sempre entender isso é fácil para os pais. Para Isabel Cossalter, coordenadora pedagógica da pré-escola até a quarta série do Colégio I. L. Peretz, a questão é social. Cada vez mais, cobra-se desempenho precoce em todos os grupos, até mesmo na escola. "A ansiedade fica aliada a uma exigência de ler cada vez mais cedo. E não demora muito para que vire cobrança. Isso pode tornar a aprendizagem da criança mais difícil, pois ela precisa atender a uma demanda para a qual não está preparada. Não se pode deixar de lado o ritmo individual de cada um", explica. Os pais devem acompanhar os progressos do filho e estimulá-lo a ler em casa. Vale visitar bibliotecas, comprar livros juntos. Mas tenha certeza: quando você menos esperar, seu filho vai estar lendo sozinho.

Retirada de fralda

Qual a idade certa para tirar as fraldas?

Estudo diz que o ideal é entre os 24 e 32 meses de idade. Confira as nossas dicas para facilitar o treinamento

Malu Echeverria e Thais Lazzeri

RICARDO CORRÊA
Para quem não vê a hora de tirar a fralda do bebê, cientistas norte-americanos recomendam paciência. De acordo com estudo publicado no Jornal de Urologia Pediátrica o momento ideal para começar o treinamento acontece entre os 24 e 32 meses. Segundo os estudiosos, o período seria ainda mais importante do que o método utilizado. A pesquisa também sugere que crianças que começam o treinamento depois dos 32 meses tem mais chances de apresentar problemas de incontinência urinária como xixi na cama e nas calças.
A recomendação dos pediatras brasileiros é semelhante. “É por volta dessa idade que as crianças começam a sinalizar que querem fazer xixi ou coco, um dos indícios de que chegou a hora de iniciar o processo”, diz o pediatra neonatologista Fernando Lamano Ferreira, da maternidade Pró Matre Paulista. Ele ressalta, ainda, que o treinamento deve ser individualizado. “Algumas crianças já se mostram incomodadas com a fralda com 2 anos, enquanto outras levam mais tempo”, diz. O risco de desfraldar a criança antes de ela estar preparada, segundo o especialista, é que os pais vão ter mais trabalho. O treinamento, que leva de 4 a 5 meses, poderia levar, então, o dobro do tempo. Se você acha que o seu filho já está pronto, veja as nossas dicas para começar o treinamento.
1 – ObserveA criança que já sabe andar bem equilibrada e consegue identificar objetos começa a dar sinais de que chegou a hora. Outro sinal é quando ela demonstra incômodo com o uso da fralda. Isso costuma acontecer a partir de 1 ano e meio, e o treinamento pode ser iniciado. Ela vai aprender a controlar a saída de xixi e cocô em pouco tempo. 

Dica: inicie o processo no verão porque a criança transpira mais, faz menos xixi e não veste tanta roupa como no inverno. 

2 – O que é o que é? Conhecer os nomes dos objetos, como banheiro e papel higiênico, e explorar o ambiente facilita a vida de quem começou a dar os primeiros passos rumo a uma vida sem fraldas. Ensine tudo: sentar no vaso, puxar a descarga, lavar as mãos. Esse período de reconhecimento dura, em média, dois meses. 

Dica: deixe que ela escolha o vaso (com o redutor), como os pais fazem, ou o penico, que deve ficar sempre no banheiro. 

3 – Treinamento diário 
O treinamento vai exigir muita paciência e determinação dos pais e de quem mais cuidar da criança. Ensine-a chamar alguém sempre que precisar ir ao toalete, deixe que fique sentada no vaso se tiver vontade. Nunca obrigue nem tenha pressa. Respire fundo e tente outras vezes no mesmo dia. E jamais brigue se não der certo. 

Dica: abra a torneira, massageie a barriga e diga que finalmente ela vai ser “gente grande”. Esse argumento funciona bem. 

4 – Enfim, a retirada 
Quando a criança já consegue dizer quando tem vontade de ir ao banheiro, a fralda da manhã pode ser retirada. Comece o treino para a noite. Se for preciso, acorde-a durante a noite para que a cama não fique molhada. Até 4 anos, a maioria das crianças abandona as fraldas. O tempo dessa independência pode variar de acordo com o histórico familiar, o tempo de dedicação ao treinamento e o desenvolvimento fisiológico (controle do esfíncter) e emocional da criança. Se persistir, peça a avaliação de um especialista, como o urologista ou nefrologista. 

Dica: paciência, paciência e mais paciência.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Dança para crianças e para educadores também !

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Dança para Crianças
Projeto de dança para público infantil volta em julho com novidades


Dança para Crianças
de terça 20 a domingo 25 de julho

inscrições a partir de 12 de julho pelo telefone 11 2168 1876

Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 - Paraíso - São Paulo - SP (próximo à estação Brigadeiro do metrô)

informações 11 2168 1777 |atendimento@itaucultural.org.br
Dança contemporânea é espaço para muita improvisação e brincadeira. Desde junho, o público adulto e infantil confere no Itaú Cultural o projeto Dança para Crianças, com consultoria de Georgia Lengos e da Balangandança Cia. A programação continua em julho, com muitas atividades.

Serão realizados dois workshops para educadores, profissionais da área de dança e interessados em geral, com a participação de Lenira Rengel e Marisa Monadjemi. Além disso, o grupo Meia Ponta Cia. de Dança trará seu mais novo espetáculo - De Esconder para Lembrar - para o palco do instituto. A apresentação é voltada para o público infantil. 

E prepare-se porque ainda tem mais surpresas em agosto e outubro. 

Confira a programação detalhada do evento e não deixe de participar! 


workshops 
sala itaú cultural 20 vagas 
inscrições pelo telefone 11 2168 1876, a partir de 12 de julho 

terça 20 14h às 19h 
Singularidades Conjuntas - Criança, Adulto, Dança e uma Atitude Contemporânea 
com Lenira Rengel 
Visando à compreensão mais do que à definição da dança contemporânea, esta oficina, que tem como base a arte do movimento de Rudolf Laban, busca entender o universo infantil a partir do ponto de vista da criança. O evento contará com leituras de textos, exibição de vídeos, atividades de dança e diálogos crítico-reflexivos. 

quinta 2214h às 19h A Criação Infantil através das Artes Integradas - uma Oficina para Educadores que Trabalham com Criançascom Marisa MonadjemiDividida em duas partes (uma teórica e outra prática), esta oficina tem como foco o próprio corpo e suas possibilidades de movimento e criação, com o intuito de desenvolver a autoestima. Serão realizados jogos e brincadeiras que contribuem para a socialização, o intercâmbio de ideias e a união de todos os participantes. 


espetáculo De Esconder para Lembrar 
com Meia Ponta Cia. de Dança 
sala itaú cultural 247 lugares 
O mais recente trabalho da companhia de dança mineira resgata as - coisas escondidas - no tempo, como as brincadeiras guardadas na lembrança (adedanha, trava-língua, esconde-esconde...), transformando a cena em um verdadeiro jogo. Sem recorrer a uma história autoexplicativa e linear, De Esconder para Lembrar busca despertar a criança para o universo criativo da dança contemporânea. 

programação indicada para crianças de todas as idades 

sexta 23 15h 
[sessão exclusiva para grupos de organizações sociais mediante agendamento, a partir de 12 de julho, pelo telefone 11 2168 1876] 

sábado 24 domingo 25 16h (ingressos distribuídos com meia hora de antecedência) 


Sobre os participantes 

Lenira Rengel é professora da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutora em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), mestra em dança pela Universidade de Campinas (Unicamp) e bacharel em direção teatral pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), é especialista na arte do movimento de Rudolf Laban. 

Marisa Monadjemi é fundadora artística e diretora do grupo mineiro Meia Ponta Cia. de Dança. Professora de jazz e dança clássica e contemporânea, ministra cursos de improvisação e criatividade. Já atuou como bailarina e coreógrafa em diversas peças e companhias. Entre seus principais trabalhos como diretora do Meia Ponta Cia. de Dança, estão:Entre Amigos (1989), Wa-Ya - Festa Xavante (1990), Poética das Nuvens (1992), Brevidade (1998) e Coisa de Dentro(2005). 

Meia Ponta Cia. de Dança é um grupo mineiro que, há 20 anos, pesquisa e fomenta o intercâmbio entre diversos campos artísticos, além de desenvolver uma linguagem própria na dança contemporânea. A opção de sempre trabalhar com diferentes coreógrafos possibilitou o trânsito por diversos segmentos da arte contemporânea em seus nove espetáculos montados. 


entrada franca 

Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 - Paraíso - São Paulo - SP (próximo à estação Brigadeiro do metrô) 

informações 11 2168 1777 | atendimento@itaucultural.org.br